domingo, março 02, 2014

Lágrimas e Escritas

Escrever sobre a dor é como chorar. Lava a alma e a purifica.
Nem todos têm o dom da escrita. Os que têm, choram letras sofridas, lágrimas eternizadas num poema triste. Naqueles em que o dom está ausente, resta o cair das lágrimas, a dor corrente.
Chorar ou escrever pode ser em vão na ausência de ambiente fecundo.
Contudo, chore e escreva, escreva ou chore.
Alivie-se, descarregue-se.
Permita-se ter esse livramento.

terça-feira, dezembro 10, 2013

O consumismo e os ditames de uma nova forma de vida.

No mundo atual, nota-se uma mudança no padrão de comportamento do indivíduo, o qual passou a se pautar pelo que tem e não pelo que é. A transfiguração do “ser” em “ter” implicou em um aumento exacerbado da necessidade de consumir os mais variados produtos e serviços disponíveis no mercado, como forma de completude, felicidade e enquadramento na vida social, evidenciando uma mudança de valores, fortemente apegados à lógica capitalista.
Essa mudança de comportamento foi promovida com o advento do capitalismo moderno, que tornou tudo passageiro, provisório e substituível, ao alcance das mãos em qualquer loja ou shopping. Por meio desse sistema, a razão de felicidade e divertimento está no poder de compra de uma pessoa, isto é, o “melhor que o mundo tem a oferecer” pode ser adquirido através de um cartão de crédito, o que denota uma visão reducionista do mundo.
Tal visão de mundo, arraigada, sobretudo e especialmente, nas sociedades ocidentais, denuncia um grave problema no âmbito dos relacionamentos humanos. Esses passaram a ser estabelecidos, e até mesmo definidos, por “afinidades” ditadas pelo consumismo: pessoas necessitam consumir determinado produto (ou marca), inconscientemente, por desejarem pertencer a esse mundo consumista em voga, evitando a “exclusão social” (não enquadramento em um determinado grupo) por meio daquilo que têm, e não por aquilo que são.
O ter define o ser e o enquadra na vida social de um grupo composto por pessoas que apresentam semelhanças de padrões de consumo. É exatamente esse aspecto que tornou as relações humanas também efêmeras e voláteis, na medida em que o capitalismo ensinou que tudo aquilo que existe pode ser substituído por algo novo, pois sua doutrina vende a busca pelo prazer insaciável do ter sempre uma novidade, já que as velhas relações, assim como os produtos velhos, passaram, dentro dessa lógica, a ser obsoletas, devendo ser trocadas porque não mais satisfazem.

Eloá Oliveira

Contato: elocristine_oliver@yahoo.com.br

quarta-feira, setembro 18, 2013

Despertar

Um dia acordei e não mais me reconheci
Acordei e encontrei tudo nitidamente diferente
O que teria mudado no breve instante entre dormir e despertar?
Teria sido eu despertada de um mundo calmo e límpido?

Tudo mudou...!
Por que teria despertado para a melancolia de um mundo triste?
Olho ao meu redor...Onde estão aquelas flores do jardim..
Em que momento foram subtraídas?!

Tantas questões...nenhuma resposta.
Por que o arrancar de suas raízes me ferem ainda?
Por que me ferem agora?!

...Perder as raízes, ah...perdê-las
Quando nos damos conta, é cortante.
Angustia...sufoca

Ficamos à mercê do vento
Que por vezes sopra leve
Noutras nos devasta

segunda-feira, setembro 03, 2012

Ser Humano

Que é, Ser Humano?!
Pelo que se define?
O que é Ser Humano?
Que coisas o afligem?

Perguntas são muitas,
Respostas?
Tão poucas.
Raras e densas.


Raridade que assusta!
Densidade que atormenta,
Mas em tudo tão passageiras.

Efêmeras como a vida.
Misteriosas como a origem do Ser
Por isso assustadoramente bela.



terça-feira, janeiro 31, 2012

Tempestade

Já fui garoa, hoje sou tempestade.

segunda-feira, novembro 28, 2011

A fé

A fé nos faz crer no incrível!

sexta-feira, outubro 21, 2011

Reverbera em Mim

Martírios de uma vida construída por cacos.
Restos de tristezas alheias que compõem o ser vivente.
Tentando construir o concerto e o conserto.


Tentativas sempre em vão.
Desânimo, angústia e solidão.
As rimas são as mesmas, porque os sentimentos também o são.


Em pé mais uma vez para a batalha com o mesmo final.
Nada muda, tudo igual, tudo milimetricamente habitual.
Não há mudanças, somente reverberações.